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sábado, 7 de maio de 2016

Missão de Mãe

Missão que nasce de uma longa espera,
Que ás vezes vem na dor e no sofrimento,
Vem na força da vida que brota em rebentos,
Fruto do encontro e também do amor,
Missão, desafio e corpo acolhedor,
Que se dá no sorriso e nos sentimentos,
Que se faz também em alguns tormentos,
Mas na proteção de Deus criador.

Mãos que sempre acolhem nos desesperos,
Que acariciam, que abraçam e dão segurança,
Acalmando o choro de sua criança,
Que protegem, que dançam, quase sem sentir,
Que embalam uma música fazendo sorrir.
E aos diversos lugares vai passeando,
Continua de pé sempre esperando,
Se seu broto se acalma ou se quer dormir.

Mães de tantos mundos e realidades,
Missão que se faz na vida e no amor,
Que ajudam, que entendem, sem nenhum rancor,
Que sofrem, e às vezes ficam a silenciar,
Que escutam e nem sempre vão se declarar,
Mas que carregam na vida sempre o ardor,
Mesmo que o caminho lhes traga temor,
Elas lutam, elas rezam, sem desanimar.

Mães que espera nos seus desesperos,
Que buscam entender o que acontece,
Que choram e persistem, mas não esmorecem,
Missão que acolhe e quer sempre buscar,
Que contempla no filho o seu caminhar,
Que sonham, que esperam e de nada se esquecem,
Que cuidam, que olham, que abraçam e aquecem,
Porque suas vidas é um eterno amar.

Mãe companheira que alegra o  reencontro,
Que entende a demora do seu caminheiro,
E que acolhe a chegada com o olhar verdadeiro,
Porque sua vida se faz do encontrar,
Também dos conflitos e do perdoar,
E nos dias difíceis pede a proteção,
Suplicam, confiam e seguem em ação,
Porque os seus passos não podem parar.

Mães solitárias que sofrem a ausência,
Dos filhos ingratos que ficam distantes,
Os que vão pelo mundo como caminhantes,
Deixando suas mães na vida a sofrer,
Porque mesmo assim elas desejam saber,
Por onde caminham e o que estão construindo,
Se seguem em frente ou se estão se iludindo,
Ou buscam os sonhos ou se querem vencer.

Mães tão novinhas, em preparação,
Que buscaram os desejos e as decepções,
Que apanham, mas buscam por fortes ilusões,
E agora precisam caminhar vencendo.
Amando, rezando e talvez sofrendo...
E também suas mães lhes vem ensinar,
Por isso aprendem a lição de sempre amar,
Meditando, pensando e assim aprendendo.
  
Francisco Eraldo
Brasília, 06 de maio de 2016.


terça-feira, 3 de maio de 2016

O ÔNIBUS FAZ PARTE DO COTIDIANO DE MILHÕES DE BRASILEIROS, ELE É

PALCO DE MUITAS REALIDADES HUMANAS. AO LER O SEGUINTE POEMA VOCÊ 

PODERÁ SENTIR-SE PARTE DESTAS REFLEXÕES.  BOA LEITURA.


O ÔNIBUS É NOSSO PALCO

Arena de nossos tantos cotidianos,
Palco extenso de tantas cenas vivas,
Por onde nossa existência é ativa,
Lugar dos humanos, na diversidade,
Corredor intenso de nossas realidades,
Trazendo surpresas e expectativas.


Nossos destinos estão neste palco,
Nele somos atores de nossas histórias,
Também expectadores de nossas vitórias.
De pé ou sentados vamos encenando,
Escondendo nossas posturas ou nos revelando,
Esperando o final feliz e também de glória.


Palco vivo de nossos tantos comportamentos,
Para todas as tribos está sempre aberto,
Não temos errantes e nem mesmo os certos,
Mas habita nesta arena também os preconceitos,
Neste palco, conflitos, defesas e os nossos direitos,
De nossos sentimentos às vezes encobertos.


E neste teatro da vida espontânea,
Deixamos fluir nossos atos indefesos.
Às vezes indelicados e também surpresos,
Às vezes respeitosos, carinhosos e com atenção,
Porque mergulhamos com toda a alma na atuação,
E nos jogamos intensivamente nos nossos desejos.


Quantos traumas são dramatizados vivamente,
Junto às crianças, idosos, jovens em violência,
Histórias tristes de nossas existências,
Que não sabemos como interferir,
Quando as agressões vêm a nos atingir,
E queremos ser atores da benevolência.


Este palco também nos leva às ruas da cidade,
Para olharmos os estão sem um aconchego,
E para encontrá-los nós vamos quase em segredo,
Porque eles se confundem com a real violência,
Que invade as nossas vidas e frágeis consciências,
Porque para visitá-los temos que expulsar o medo.


Nesta viagem da vida nos encontramos,
Somos vistos e assim também nos vemos,
E desta forma nós nos defendemos,
Vamos aparecendo e nos identificando,
Outro lado de nós vai se revelando,
Porque desta maneira não nos escondemos.


A nossa vida é esta interminável viagem,
Na verdade, ao mesmo lugar nunca iremos.
Aplaudindo, vaiando ou dormindo, partiremos,
Porque no ônibus, palco da vida, nós existimos,
Com drama, romance ou comédia aqui nos definimos
 Porém sem sabermos no futuro o que seremos.


E nesta viagem as cenas de nossas histórias,
Nos tristes dramas dos outros nos encontramos,
Por isso não tem como segurar e por isso choramos,
Porque mexe no mais profundo de nossa alma,
E então somente o banhar das lágrimas vem e acalma
Essa angústia que nós tão fortemente externamos.


 E na hora que chegamos aos nossos destinos,
Deste palco descemos de novo transformados,
Porque da berlinda fomos agora retirados,
E então seguimos o caminho com um novo olhar,
Mas a vida segue sem nunca parar,
Porque depois um novo teatro será recriado.

P o e s i a

Francisco Eraldo  -  Unip ,02 de maio de 2016.